Lembra de mim?
Eu sempre tive memória curta para nomes, fisionomias, caminhos, telefones, e essas coisas que não são tão importantes, mas que já me fizeram passar vergonha. Já estou acostumada e hoje em dia não me importo tanto com isso. Se me apresentar alguém pelo nome, pode ter certeza que não vou lembrar. Mas se disser: Aquela do sapato vermelho ou aquele da camisa azul, aí me ajuda bastante!
Nesse final de semana, minha mãe estava empolgada que uma amiga dela de muitos anos, viria passar o dia em casa. Preparou um almoço, caprichou na sobremesa, arrumou a casa, foi ao cabeleireiro. Estava tudo nos conformes. Parecia que ia receber uma visita de um oficial, político, celebridade ou coisa assim. Sai de casa cedo naquele dia, voltei tarde.
Quando abri a porta, dei de cara com a mesa posta no meu quintal, o café servido já estava no fim, e por minutos... Eu não escapei!
- Noooossa! Como ela está grande!
(Um sorriso se abre no meu rosto, para ajudar meu cérebro a ganhar tempo de lembrar antes da pergunta).
- Você se lembra de mim?
- Claro! (que não!).
Ela sorria pra mim. Eu sorria pra ela, não pude deixar de notar os óculos Burberry que seguravam o cabelo progressivamente escovado, o vestido estampado e uma sandália rasteira, imaginem só a força de uma marca!
Todas aquelas campanhas, todas aquelas modelos em cenários paradisíacos que te prendem e te levam por segundos para um lugar inimaginável, então, quando você pega o produto na mão, sente a magia que te seduz em cada forma e mesmo sendo extraordinariamente caro, você paga o preço em dez vezes (no meu caso) para ostentar o que você não consegue sustentar. A cada lançamento uma isca diferente que nos faz abandonar o antigo e consumir o novo, de novo, e de novo, e de novo. COMO A MODA NOS ESCRAVIZA! (E eu adoooro!!!)
Cumprimentei a moça, dei a desculpa do “estou um pouco cansada” e tentei uma fuga. Mas minha mãe puxou uma cadeira e me fez terminar a visita do lado dela. Não tinha jeito, a solução foi prestar atenção na conversa e pescar o nome entre muitas histórias que elas não se cansavam de lembrar.
O nome dela eu já esqueci, como eu disse, memória curta, mas se você quiser te descrevo o incrível Burberry que sustentava o “penteado”.
Akemi Joy
5 de maio de 2010 às 18:09
Constantemente encontro-me em situações como esta, e é claro que eu sempre finjo que conheço a pessoa. Agora o nome dado para toda esta escravidão é Marketing, Midia, Publicidade, Propaganda e afins, e concerteza vou lembrar mais da sua bolsa (principalmente se esta for uma Channel) do que de você. Otimo texto.
6 de maio de 2010 às 11:04
Gente... Isso é absolutamente comum. Pior quando é em família, porque você simplesmente não conhece a pessoa, e a pessoa faz um alvoroço porque te conhece desde pequeno. Comigo acontece muito, porque acabei crescendo demais, então, canso de ouvir ´´nossa, como você cresceu``. Bem legal seu texto!
6 de maio de 2010 às 12:04
Joy!
Acho que tô ficando velho! Na minha viagem pro Sul no no mês passado encontrei uma adolescente de 14 anos e quando fui me dar conta, era a menininha que eu carreguei no colo há 13 anos, quando fui visitar a parentada. Parecia um tio gordo apertando a bochecha da menina e impressionado de como ela cresceu. Quando acontece da pessoa falar que VOCE cresceu, como no caso do Diego, isso é normal, mas quando você passa a falar isso pra outra pessoa, é um sinal que a idade está chegando.
Texto ótimo, muito bem elaborado.
Um beijo grande,
Marcos Neuhaus
6 de maio de 2010 às 13:04
Genteee é péssimo reparar na marca da bolsa da pessoa... mas é inevitável!!!
Hoje eu me pego dizendo "nooossa! como você cresceu" pros meus priminhos...
é a velhice!!!
Valew Marquitchos!!!!
Um beijo Galeraaa!!!
6 de maio de 2010 às 13:51
Eu tambem tenho problema de memoria para nomes, mas para estilo, vou sempre lembrar como a pessoa estava vestida.....
lembro da roupa inteira, mas como tenho problemas nomes, não muda para marcas!
mas uma pergunta, voce não teve coragem nem de perguntar o nome dela para sua mãe?e quem era?
Ja sei vc esqueceu de perguntar... rsrsr
bjus, Joy